Um poema a ninguém

Só mais um poema 
a ninguém 

os teus olhos, 
os meus,
e nada mais importa 

sento na areia,
beiro-me ao teu mar 

e espero,
sem esperar

o tempo escapa
aos meus dedos,

nada mais me pertence,
nem mesmo o beijo 

e ninguém, 

silencia-me da chuva
que chove o tempo seco,
e encharca-me de estrelas.




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