Cinco minutos (ou quase)

    Começou e eu estou usando um de seus experimentos. 5 minutos de uma tarde, de um dia. 24 horas. Daqueles nossos meses.
    Choveu e eu nem percebi, quando comprei guarda-chuva era tarde demais. Amarelo. Que nem o da série que eu tanto te falei.
    As ondas quebravam em nós e eu já não entendia mais nada, eu tinha medo, mas me deixava seguir por onde a maré nos levava, mesmo que meus pés não tocassem o chão. Era amor? Não sei, nunca se sabe explicar. Mas era bom.
    Aí eu fui embora, e choveram dias inteiros em mim, e meu guarda-chuva estava quebrado. Até que veio o sol, mas ainda chovia, e eu passei a entender a chuva em mim, e aí eu me achei. Eu acho. A gente nunca sabe explicar também.
    Os cinco minutos já estouraram, mas eu ainda tenho o dia inteiro. Quase. 
    Então me vinha um vazio, e eu transbordava em mim e era bom. Eu oscilo, como no ciclo complexo da vida.
    Sou mar, e não quero desconhecer suas ondas. Não quero mergulhar em teu mar e fingir que não me afogo em suas marés. Não quero ter que jogar suas coisas fora para te esquecer, porque eu não quero esquecer, e eu não quero ter que fugir do seu olhar, não quero fingir que não quero um abraço seu. 
    Quero o tempo em nós, o vento soprando o que a chuva deixou. Não quero mais ir. Quero você aqui de vez em quando, amigo, mesmo que nosso amor seja só uma lembrança, ainda assim serei feliz. Amor que é amor nunca morre, adormece. O meu está aqui dentro dormindo tranquilo.

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