Sinto?

Sinto falta de escrever,
De sentar em algum café bonitinho da cidade
E deixar a inspiração simplesmente vir.

De olhar o mar,
Sentir suas ondas em minha alma profundamente
E ficar tão sem palavras que eu possa ser capaz de inundar o papel.

Sinto falta de simplesmente fechar os olhos
E me dar conta de quão maravilhosa a vida é.

Será que já não sou mais poeta?
Será que já não sei mais amar?

Agora olho para o papel,
E em minha mente não se passa mais do que aquele silêncio oco, vazio.

Onde é que está aquele silêncio ensurdecedor,
Aquele capaz de me inundar
E me fazer explodir em doces poesias?

Será que sinto tanto que acabei parando de sentir?
Será que me importo tanto que acabei deixando de me importar?

Será que agora só serei capaz de escrever tolas poesias?
Que sentarei num bar e beberei até afogar com a última gota amarga esse fracasso?

Sinto falta de sentir o vento me atingir,
E perceber que sou capaz de fazer qualquer coisa,
Qualquer coisa que eu quiser.

Agora parece que o vento virou-se contra mim
E levou embora as minhas doces palavras.

Mas quem é que vai me salvar senão as poesias que escrevo?
Quem é que vai me ouvir senão o papel?

Onde é que vou afundar as minhas angústias?
Onde é que vou poder gritar essa minha imensa vontade de viver?
Onde é que poderei libertar esse meu eu, mais pleno e verdadeiro eu?


Comentários

Postagens mais visitadas