(Des)pedaços

    Era um dia escuro e frio. O vento era tão forte que uivava ao passar pelas frestas das janelas. Sentia um vazio no peito, um sentimento de nada mais que nada.
    Não podia ser real, não era real.
    Me belisquei forte. Nada mudou. Olhei para o quarto dele, seu pijama ainda dobrado sobre a cama, seu cheiro se dissipando pelo ar...
    Abri seu armário. Suas roupas me traziam lembranças e isso me doía tanto que lágrimas escorriam pelo meu rosto. 
    Era uma dor terrível. Não o tipo de dor de quando você cai ou se corta. Era uma dor na alma, tão forte que seria capaz de causar um furacão dentro de qualquer um. 
    Memórias se passavam como um filme na minha cabeça e eu sentia meu coração se despedaçando, até chegar ao estado completo de vidro em pedaços. Ele acabara de ganhar uma ferida, que nenhum remédio jamais curará.

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