Há anos que faz um frio tremendo em Gullen. As pessoas andam pelas ruas tremendo e num uníssono bater de dentes. O vento é tão gelado e tão forte que chega a doer os ossos e ao passar pelas frestas das janelas, ele uiva.
     Além do frio, a cidade encontra-se em crescente decadência. As ruas estão todas tortas e esburacas, sem contar o lixo que se acumula pelas calçadas. As casas e prédios públicos estão a ponto de desabar e as paredes e muros estão com a tinta descascando, deixando transparecer suas estruturas de tijolos.
     Os cidadãos vestem-se com roupas largas demais ou pequenas demais, um tanto quanto maltrapilhas ; e a maioria deles sobrevive da distribuição de sopa aos pobres.
     As matas, outrora tão lindas e exuberantes, encontram-se em estado de definhamento, bem como Gullen por inteiro. As folhas não caem mais, as flores não florescem mais, os passarinhos não cantam mais. 
     A estação de trem da cidade não é mais uma estação, pois todos os trens passam direto por ela, deixando nada mais que fumaça. Agora, a diversão das pessoas é ver a monótona ação do passar dos trens.
     Eis que muitos anos se passam e os cidadãos recebem a visita da velha senhora. Será ela a salvação de Gullen, ou sua perdição?

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